É simplesmente não aguentar mais.Não. Não é não querer, é não poder. Meu corpo resolveu travar uma séria briga com minha mente e quem está sofrendo sou eu.
Eu penso em mil coisas e em nada penso, eu nada faço e tudo canso, chamo meu estado de velhice precoce e temo, sinceramente, que meu quadro seja irreversível. Não posso estar fadada a viver assim para todo o sempre, será que nunca vou conseguir ser eu plenamente?
Vivo pensando no que sequer existiu, insisto que o que existiu não existiu, minto, tenho perca de memória recente e de nem tão recente assim.
Se querer fosse poder, meu Deus, o mundo estaria perdido! Como eu ando querendo. Quero de tudo, quero para agora, e nem sei bem o que quero. É tão difícil saber.Era tão mais fácil quando deixavam eu pensar que querer era verbo intransitivo não carecia de complemento, eu apenas queria, e isso bastava.
Maldito complemento!O que eu quero? Para onde eu quero? Com quem eu quero? Como eu quero? Eu não sei, eu não sei e eu também não sei. Eu já soube, mas hoje eu não sei mais, faltei as aulas da vida sobre decisão e fiz de minha fiel amiga a indecisão...
Pagamos preços muito altos por nossas escolhas e nem é isso que dói, o que dói mesmo é saber que as escolhas foram nossas...
Estou louca, é isso. Loucura das bravas, por favor me interne, talvez meus colegas de loucura me entendam, ou não.
"Eu nunca sei se quero descansar porque estou realmente cansada ou se quero descansar para desistir." Clarisse Lispector